domingo, 21 de fevereiro de 2010

Travessa das Casas Pintadas

Era Mozart. Era aquele concerto para piano que te transformava as mãos em bailarinas de construções. Em nada barrocas. Antes limpas, misérias de exageros, linhas para nós continuarmos, que nos sublimam aos olhos. Pouco te falavam as cores. Casas pintadas são favas contadas, rias-te. É a não-cor que te reflecte. Ausência de paleta excepto no azul. Cor de ti. Como o mar, extenso e irrequieto. Mutável. Belo. Que nos inspira com os seus ritmos grandiosos tal Nº20, em teclas mágicas. Mozart em Romanze para todos. E para ti que não és de ninguém. Porque és de tantos. Dedos curtos a desenhar alamedas de génio. Com as casas pintadas sem cores, que não necessitam. Basta olhá-las. Basta. Que se gosta.

Sem comentários:

Enviar um comentário