terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Travessa Damas

Lá viveu a partir dos 25 anos, quando começou a trabalhar, recém-saído da Faculdade. Tinha andado em Letras, não sabia se por vocação se de tanto ouvir, “em Germânicas andam as miúdas mais giras de Lisboa”. Por ele, que fazia os exercícios do Palma Fernandes com uma perna às costas, era indiferente, Letras ou Ciências. Mas se no Técnico “só havia gajos”, não era de arriscar. Sempre fora muito ponderado.

Alto e bem apessoado. Os jogos de tabuleiro eram a sua paixão. As damas a sua perdição. O xadrez nunca foi o seu forte. O gamão, à mercê do capricho dos dados, jamais o seduziu. Caprichos e sedução, antes o das damas.

Quando viu o anúncio no jornal, “T2 com pequeno jardim. Trav. Damas, s/n”, não pestanejou. Isso é de meninas.

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