Pergunto-me, às vezes, se a Praça do Giraldo não se deveria antes chamar, Praça do Salema. Como poderão ver – se comprarem o livrinho – Salema é cumprimento! Ora é precisamente no Giraldo que as pessoas se cumprimentam. Umas baixam a cabeça respeitosamente, outras estreitam as mãos, e cada vez mais, aparecem outros que fazem salamaleques. Para não falar dos que se cumprimentam entre dentes.
Foi uma tremenda injustiça toponímica da cidade não ter promovido o Salema, de Pátio a Praça, dotando-o de fonte, rotunda, pelourinho, estátua e tudo o mais a que tivesse direito.
Ainda se o Giraldo fosse Girado, vá! Aí gira, muita gente gira entre outra mais feia. Circulam peões e automóveis o que condiz com o putativo nome. Andam para ali às voltas e podem ficar girados, endoidecidos, mesmo malucos, no dizer do “povo irmão, brázileiro”.
Podia também chamar-se Geraldo. Parece gracinha de grafitador, esses grandes amigos dos edis, que lhes permitem programa e promessa eleitoral para depois, pela sua perseverança, trocarem nomes às praças, ora apagando lês ora trocando os is pelos és.
Mas assim sendo, o Salema fica a escutar o Janica da Salomé, que lhe enche o pátio de cantigas. Sorte dos dois: a daquele, agora que a vizinha – das redondezas – lhe devolve os salamaleques; a deste, se cantasse em Praça, só com a ajuda de uma brigada, tão grande é o recinto.