Grande era o misterio! Não havia registos. Havia ainda um velhote que poderia saber. Porém, tinha perdido o falar em tantas horas consigo próprio. Quem teria sido o Manoelinho? Miúdo não parecia ser. Porque ninguém põe nome de miúdo a uma rua. Por mais pequena que ela seja. E se fosse seria, Manelinho. Como o amigo da Mafalda do Quino. Lembram? Aquele da mercearia, com o cabelo espetado e com talento para os negócios. Uma espécie de gestor em empresa com posição dominante (i.e. EDP ou PT). Um Águia.
Pela antiguidade da toponímia, excluía-se desde logo, qualquer homenagem ao outro Manelinho famoso. Também este da Mafalda, da Mandala. Lembram? O ministro aficionado. Apesar desta condição, a edilidade, ainda não teve tempo, sequer, para ponderar sobre a oportunidade.
Verdadeiramente intrigante. A pista do Manuel com O parecia a única com réstia de esperança. Seria apelido? Diminutivo em apelido tão pouco é habitual. Haveria alguma porta ou janela Manuelina naquela rua? Mas se a rua era estreita e de poucas janelas, o que lá faria uma abertura tão amaneirada? O povo chamaria – naquelas confusões fonéticas das erudições – Manoelinho ao Manuelino?!
Um dia, já ninguém se preocupava com o assunto, no decorrer da Gay Parade promovida pelas forças mais progressistas da cidade, um dos carros alegóricos homenageava o primeiro dos homens da cidade que tinha, passo a citar – “assumido a sua orientação sexual sem olhar aos olhares discriminatórios do seu tempo”. No carro um gigantone de saliente musculatura sentado de joelhinhos juntos ondulava uma bandeira multicor e proclamava na ajustada t-shirt: D. Manoel – O 1º.
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