domingo, 26 de julho de 2009

Rua das Galvôas

Não peças que não, que irei mesmo assim
Quero partir, recuperar o meu lugar.
Gosto de ti mas preciso de mim toda.
Vou pintar, escrever, desenhar
Continuar o que sou de miuda.
Vou visitar as minhas saudades.
Sem elas sou metade de Sol
Ou metade de Lua.
Se me dispo de lá vejo-me nua.
Já tão-pouco sou tua…
Amo-te aqui mas lá sou completa
Escrevo-te. Ligo-te. Vê se perdoas.
E Alice lá foi para a Rua das Galvôas.
Estudara foi bom, mas largava Paris.
Toda a gente se espantou da escolha que quis.
Vivera tanto tempo num lugar maravilhoso,
Terra de hipnoses, encontros jocosos, luzes,
ribaltas, passeios a pé,
paragens de luxo pra quem ousa pensar.

Porque vens tu pra aqui morar?
«Que pergunta idiota, pensava consigo,
Vou prolongar o que lá vivi
Com Paris de mão dada escorrego praqui
Évora menina que menina me viu. »
Alice não reagiu. Olhou para si, cerrou os olhos,
escutou o que sentia...
A Rua das Galvôas era a sua melodia!

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