quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Travessa do Sol


Ele há enormes injustiças. Todos o sabemos. Mas esta, de atribuir ao Sol uma Travessa brada aos céus. É inclusivamente falta de educação bradar aos céus porque o Sol pode ouvir. E já não basta a injustiça em si, só com o conhecimento dos eborenses, era preciso também, chegar aos ouvidos das estrelas?

Em Évora, o Sol devia ter, no mínimo, uma auto-estrada! Uma auto-estrada que unisse as duas capitais alentejanas. De Évora a Beja e vice-versa. A Transalentejana.

Esta coisa, tão portuguesa, de, durante anos a fio, pensar o país pequenino e estreitinho como uma Travessa é o que dá: não temos a SCUT do Sol. Nem um estudozinho sobre o impacte ambiental e a fundamentação da não construção por razões económicas, do tipo: “em razão da protecção à extinção do ratão alentejano que virou ratinho pelo absentismo das culturas de sequeiro e consequente falta de alimento do simpático roedor, não se recomenda a referida construção a não ser numa estrutura suspensa que permita o atravessamento inferior dos bichinhos”.

Quando a preocupação com o investimento público e a dinamização das parcerias público-privadas (hoje ministro, amanhã CEO) estão na ordem do dia, impunha-se encarar seriamente a construção da referida via, complementada na sua faixa central, com a instalação de um TGV em mono via. Ou seja, pendular.

Assim, e só assim, se repararia a enorme injustiça feita ao Sol. O mesmo é dizer, à luz do dia, aos olhos de todos.

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