terça-feira, 4 de maio de 2010

Travessa do Sertório

Cerrava os dentes por causa da dor. E não se lhe ouvia um grito. À sua frente passeavam paisagens de mar e sabores de sal que era o que sonhava para depois. Agora não era hora de sofrer. Pelo contrário sorria com doçura escutando-a. Queria sentir como ela os odores do amor. Mas era por ela que os sentia e ela falava do fulano que não iria nunca ser humano para ele. Era família. Sangue porque sim. O rancor não era verdadeiro era dor de amor. E Sertório trocava os nós pelos sarcasmos amigos de quem se felicita pela felicidade do outro em mentiras do coração. Mafalda descontendo a poesia da alma na palma das mãos que suadas lhe entregava de amizade antiga. Sertório nem guerreiro podia, era cruel em lutas de paixão e queria ganhar batalhas cerradas de chama e longo pavio. Mas esta guerra era desvitoriosa. E ele general em cavalo amuado. Sem a musa no peito de si.

Publicada por RSG

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